22 de mar. de 2011

Poupança: Zélia Cardoso de Mello diz "sinto muito"

A ex-ministra da Economia do governo Collor, que comandou o confisco da poupança em 1990, que foi amante de Bernardo Cabral, acusada de corrupção e que se casou com Chico Anysio, mora hoje com os dois filhos, Rodrigo (18 anos) e Victoria (16 anos), de seu casamento com o humorista num apartamento de 200 metros quadrados, avaliado em US$ 2,5 milhão, no Upper East Side, em Nova York.

Agora, depois de 20 anos de silencio, fala à revista Poder que vive de consultoria e que seus filhos recebem pensão do pai.


Em 1996, quando ia depor no Supremo, um falso desmaio que protagonizou por sugestão de seu advogado, Antonio Carlos (Kakay) de Almeida Castro, acabou ajudando Zélia a ser absolvida. De Cabral, ela guarda um bilhetinho, passado debaixo da mesa, numa reunião ministerial: “Essa sua saia curta está deliciosa”.

A matéria descreve a trajetória de Zélia Cardoso de Mello na política e cita alguns episódios da ex-ministra, como o seu envolvimento com o então ministro Bernardo Cabral.

O fato gerou polêmica no governo Collor em um momento em que a popularidade do ex-presidente estava em declínio. Para Poder, Zélia Cardoso de Mello nega ter sido demitida por Collor em maio de 1991.
“Eu pedi demissão , coloquei meu cargo à disposição. Não foi uma decisão do presidente. É claro que a relação [entre ela e Bernardo Cabral] teve um impacto em mim, mas não na minha saída”, confessa.

Ela ainda afirma que foi uma infelicidade ter sido amante de Cabral já que estava em uma situação vulnerável e sob muita pressão. “Acabei tendo esse envolvimento que, no fundo, era uma coisa que não fazia sentido, sob nenhum ponto de vista. Não só porque ele era uma pessoa comprometida, mas porque é alguém que não tem nada a ver comigo. Nada. Zero. Acho que numa situação normal, isso não aconteceria, eu não estaria tão vulnerável a algo que não tinha nada a ver comigo”, declara.

Ainda na reportagem, ela diz também que sente muito pelo confisco de poupança que fez na época que foi ministra e admite que hoje teria feito diferente. “Naquele momento, com as informações que possuíamos, essa foi a escolha que achamos certa. Hoje, eu faria diferente... A palavra ‘arrependimento’ realmente não se aplica. Sinto muito pelo fato de aquela atitude que tomamos ter tido más consequencias para um grande número de pessoas”, desabafa.

À Poder, Zélia ainda diz viver atualmente da renda que recebe na consultoria da Aquila Associates, na qual é sócia junto com o indiano Peter Rajsing e o americano David Slattery. “Somos procurados por investidores com interesse no Brasil ou por alguém do Brasil que precisa de um investidor estrangeiro”, conta. “Também acabei de me engajar, há um mês, em outro business, que é administração de recursos (asset management), na Castellar Partners”, completa. A economista ainda dá palestras sobre o Brasil. “Não sou a Sarah Palin [ex-governadora do Alasca]. Não cobrou US$ 100 mil por palestra”, diz.

Revista Poder

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