Estudo: Corrupção cresce e é muito grave
Agosto 1, 2008 by NilnewsPolicial que achaca cidadão é um corrupto execrável. Contribuinte que suborna funcionário público, nem tanto. Empresário que financia campanha com interesse em receber privilégios do eleito comete ato abominável. Parar em fila dupla não é motivo para tanta indignação.
Nunca se falou tanto em corrupção no país. E o brasileiro nunca a achou tão grave. Mas seus danos são considerados piores ao interesse público se originária do governo ou dos empresários. E tanto menores se tem como origem os atos do cotidiano dos brasileiros, vítimas que se consideram do Estado e do capital.
Essas conclusões estão na mais ampla pesquisa que já se fez sobre o tema até hoje no país e publicada, com exclusividade, pelo Valor. Encomendada ao Vox Populi, a pesquisa ouviu 2.421 pessoas em todo o país, desde Sucupira do Riachão, minúscula cidade na divisa do Maranhão com o Piauí, sem um único hospital, até a rica Caxias do Sul (RS), passando pelas capitais de todos os Estados.
A pesquisa é o primeiro produto do Centro de Referência do Interesse Público, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Com financiamento das Fundações Konrad-Adenauer e Ford, o centro promoverá um seminário para discutir os resultados da pesquisa, tem no prelo um dicionário sobre o tema - “A Corrupção: Ensaios e Críticas” - de mais de 400 páginas reunindo 61 acadêmicos de todo o país, mais 10 livros em que os tópicos são esmiuçados e ainda um CD-ROM que levará a discussão a escolas de ensino médio e universidades em todo o país.
Na pesquisa, 77% dos entrevistados dizem considerar a corrupção no Brasil muito grave. Essa percepção é tanto maior se o entrevistado for homem, morador de áreas urbanas do norte ou sudeste do país, tiver curso universitário e renda acima de dez salários mínimos.
Na terceira pergunta do questionário, depois de terem assegurado, majoritariamente, que o problema é grave e aumentou nos últimos anos, os entrevistados concordam, em um porcentual igualmente alto - 75% - que o que aumentou não foi a corrupção, mas a apuração de casos submersos.
Entre as instituições, a Câmara de Vereadores é percebida como mais corrupta que o Senado Federal.
Entre Polícia Federal, Judiciário e Congresso, os dois primeiros são, de longe, instituições que gozam de mais respeito entre os entrevistados. A quantidade de escândalos que o Congresso já protagonizou explica essa percepção.
A Polícia Federal tem o apoio majoritário da população, apesar de 48% dos entrevistados acreditarem que, às vezes, os policiais agem ao arrepio da lei. No livro, “A Corrupção - Ensaios e Críticas” indicam que o Brasil é o país campeão dos desconfiados. Não mais que 3% dos brasileiros respondem positivamente à pergunta sobre se se pode, em geral, confiar nas pessoas. Nos países escandinavos, a proporção é de 65%.
Essa desconfiança despenca diante de pobres, velhos e mulheres. Na pesquisa Vox Populi, as pessoas mais pobres estão no panteão da honestidade. As mais velhas vêm em seguida e, logo depois, as mulheres. Estas chegam a ser consideradas mais honestas pelos homens do que por elas mesmas. A gentileza não é recíproca. Os homens têm de si uma imagem de mais honestidade do que a das mulheres sobre eles. E, quanto mais velhas e pobres, mais impoluta é a imagem feminina.
É verdade que há registros esparsos de mulheres no banco de réus de uma CPI (a ex-deputada Raquel Cândido foi cassada em 1994, depois de ter sido incriminada no escândalo dos Anões do Orçamento).
Na safra atual de governadoras, no entanto, a do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB) é alvo de uma CPI pela Assembléia Legislativa e a do Rio Grande do Norte, Vilma de Faria (PSB), teve seu filho (homem, lembrariam os entrevistados) preso em operação da Polícia Federal.
Mas a percepção nacional de que as últimas pessoas de quem se desconfia numa trapaça são as pobres velhinhas diz muito mais sobre a cultura política brasileira do que sobre as razões do voto. Elas produzem um raro consenso entre a família e o Estado. É delas que ambos menos se ocupam. E é sobre essas campeãs da honestidade tupiniquim que se expia a culpa coletiva pela ausência da responsabilidade no cultivo do interesse público.
Maria Cristina Fernandes |
Valor Econômico |
Após lei seca, mortes caem 12% nas federais
Agosto 1, 2008 by NilnewsO número de mortos nas estradas federais caiu 12% nos 30 primeiros dias de lei seca em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo levantamento feito pela PRF (Polícia Rodoviária Federal). A variação foi mínima no total de feridos (queda de 1%) e de acidentes (alta de 1,3%).
De 20 de junho a 20 de julho deste ano, 534 pessoas morreram em estradas federais e outras 6.219 ficaram feridas, num total de 10.676 acidentes. No mesmo intervalo de 2007, ocorreram 607 mortes, 6.284 feridos e 10.537 acidentes nas vias federais.
A estatística pós-lei seca contraria uma tendência de aumento da violência nas estradas brasileiras neste ano. Entre 1º de janeiro e 19 de junho de 2008 (véspera do início de vigência da lei seca), a PRF registrou 60.782 acidentes em vias federais, uma alta de 10,89% em relação ao mesmo intervalo de 2007.
O número total de feridos também vinha aumentando. No intervalo considerado de 2008, 34.945 pessoas ficaram feridas nas estradas, número 5,07% maior que o mesmo período um ano antes (33.259). O número de mortes estava em ligeiro declínio -2.969 em 2008, e 2.993 em 2007, variação negativa de 0,8%.
Hoje, a PRF divulga um balanço das férias de julho. Até a tarde de ontem, a queda de mortes em relação às férias de 2007 estava próxima a 15%.
Segundo a PRF, a queda no número mortes e a estabilidade na quantidade de acidentes e de feridos, contra uma expectativa de aumento nesses três itens, devem ser atribuídas à implantação da lei seca, bem como a diminuição das mortes.
FSP
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