30 de out. de 2009

Quem é a loira da UNIBAN?

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Uma estudante de turismo da Uniban ficou famosa de um dia para o outro, mesmo sem ter seu nome divulgado. Tudo o que se sabe é que ela é loira e precisou sair escoltada por policiais militares num dia comum de aula. A razão era um vestido curto que ela usava.

Vendo aquilo, um grupo de alunos passou a xingá-la e dizer que iria estuprá-la, chamando a atenção de todos os outros estudantes, que começaram a engrossar o coro. O evento aconteceu na semana passada, mas um vídeo publicado na internet há poucos dias fez o assunto cair na mídia (clique aqui para ver).

“Estava uma muvuca no corredor, a maioria das pessoas estava lá gritando, tentando tirar foto da menina. Alguns até filmaram e colocaram no Youtube. As salas são tipo aquário, aí cobriram a sala que a menina estava com algum pano branco ou papel. Tiveram que tampar o vidro porque ficavam mexendo com a menina. Foi de noite, em horário de aula”.

A polícia entrou na sala e ela consegui sair de lá escoltada por cinco policiais, na hora do intervalo. Como eu estava de longe, só vi eles entrando na sala e depois, quando saíram, jogaram bomba de gás pra dispersar os estudantes. Todo mundo que estava lá saiu lacrimejando e tossindo”, contou Gabriella Pinheiro Macedo, aluna de Rádio de TV da faculdade, completando:”só porque a menina estava com uma blusinha para usar com legging (mas sem a legging) não precisava disso tudo.

Não era roupa para ir para a faculdade, mas na balada você encontra coisa pior. Parecia que nunca tinham visto mulher na vida, e todos ficaram fazendo piadinhas e ficavam gritando, chamando a menina de puta, vadia, essas coisas. Ela falou para a coordenação da faculdade que não foi assim para chamar a atenção, que ela só foi assim porque depois ia direto pra balada”.

Hoje pela tarde, a faculdade se pronunciou pela primeira vez, com o seguinte comunicado:

“No dia seguinte ao fato, a Universidade instaurou sindicância para apurar o fato ocorrido no campus ABC. Alunos, professores, seguranças e também a vítima são ouvidos individualmente pela Universidade, que pretende aplicar medidas disciplinares aos causadores do tumulto, conforme o seu Regimento Interno, respeitando-se o contraditório e a ampla defesa. A posição da UNIBAN é de total repúdio a qualquer manifestação de preconceito de gênero e qualquer forma de difamação ou violência.

Cumpre esclarecer que algumas matérias veiculadas estão equivocadas quando se refere ao crime de tentativa de estupro, uma vez que não houve qualquer contato físico nem perseguição à vítima. O que houve foram manifestações verbais de caráter ofensivo.”

Cidade, Educaçao, Universidade

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