27 de jul. de 2008

João Ubaldo ganha Prêmio Camões

O escritor João Ubaldo Ribeiro conquistou ontem o Prêmio Camões 2008, o mais importante concedido a autores da língua portuguesa. João Ubaldo, de 67 anos, é colunista do Estado e o oitavo brasileiro a receber este prêmio, criado pelos governos de Portugal e Brasil, em 1988, para os autores que, pelo conjunto de sua obra, tenham contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua portuguesa.

O escritor recebeu a notícia de sua vitória no Prêmio Camões, anunciada em Lisboa, por um interlocutor não usual: a secretária eletrônica. “Eu estava passando por perto dela, e ouvi a voz do meu amigo, (o escritor) Eduardo Portela, acadêmico (da Academia Brasileira de Letras) e baiano, e era um recado dizendo que eu tinha ganho o prêmio”, disse.

João Ubaldo comentou como premiações como essa são estímulos aos escritores de língua portuguesa. “Todo mundo conhece o prêmio. Eu mesmo já fui jurado, quando a vitória foi de Jorge Amado (em 1995)”, disse.

Sobre o prêmio em dinheiro, de 100 mil , o escritor comentou que a ajuda vai ser boa para complementar sua “aposentadoria de R$1.200″. “Mas que ninguém pense que eu fiquei milionário”, disse, entre risos.

Antes de João Ubaldo, outros escritores brasileiros receberam o Prêmio Camões. O primeiro foi João Cabral de Melo Neto, em 1990, seguido por Rachel de Queiroz (1993), Jorge Amado (1994), Antonio Candido (1999) - o primeiro ensaísta brasileiro a ser contemplado -, Autran Dourado (2000), Rubem Fonseca ( 2003) e Lygia Fagundes Telles ( 2005).

Nascido na Ilha de Itaparica, na Bahia, em 1941, João Ubaldo, passou a infância em Aracaju, Sergipe. De volta à Bahia na década de 1950, ingressou no curso de Direito da Universidade Federal da Bahia, em 1958. Um ano antes, começou sua carreira de jornalista no Jornal da Bahia e posteriormente em A Tribuna da Bahia.

Entre suas obras mais conhecidas estão os romances Sargento Getúlio, de 1971, Viva o Povo Brasileiro, de 1984 e O Sorriso do Lagarto, de 1989, além do ensaio Política, Quem Manda, Por que Manda, Como Manda, de 1981.

AE

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